A flexão verbal em português, um sistema complexo e refinado, permite a expressividade e a nuance na comunicação. A frase "Dadas as proposições, todas aceitam mais de uma concordância, exceto..." delimita um cenário gramatical específico onde a regra geral da concordância múltipla é desafiada. A exceção, portanto, torna-se o foco central da análise, demandando a identificação dos fatores que a determinam. Este estudo explora as nuances da concordância verbal e nominal em português, com ênfase nas condições que restringem a aceitação de múltiplas concordâncias em certas estruturas frasais. A compreensão dessas exceções é crucial para a produção de textos gramaticalmente corretos e estilisticamente precisos, contribuindo para a clareza e a eficácia da comunicação escrita e oral.
Como Se Pronuncia Exceto - BRAINCP
A Concordância Verbal e Nominal
A concordância verbal e nominal são princípios fundamentais da gramática portuguesa que asseguram a coesão e a coerência textual. A concordância verbal exige que o verbo se flexione em número e pessoa para concordar com o sujeito da oração. A concordância nominal, por sua vez, exige que os nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, numerais) concordem em gênero e número com o substantivo a que se referem. Em muitos casos, a flexibilidade da língua portuguesa permite múltiplas formas de concordância, dependendo da ênfase desejada e das nuances de significado que se pretende expressar. No entanto, nem todas as construções permitem essa flexibilidade, e a identificação dessas exceções é essencial para o domínio da norma culta.
Restrições Semânticas e de Regência Verbal
A possibilidade de múltiplas concordâncias pode ser limitada por restrições semânticas e de regência verbal. Determinados verbos, por sua natureza intrínseca, impõem restrições sobre os tipos de sujeitos ou complementos que podem receber, o que impacta diretamente na concordância. Por exemplo, verbos impessoais, como "haver" no sentido de "existir", não possuem sujeito e, portanto, não permitem a concordância verbal no plural. Similarmente, construções com verbos de ligação, como "ser" ou "estar", podem apresentar restrições semânticas que limitam as opções de concordância nominal com o predicativo do sujeito.
O Papel dos Conectores e das Orações Reduzidas
Os conectores e as orações reduzidas desempenham um papel crucial na determinação das possibilidades de concordância. Conectores coordenativos e subordinativos podem influenciar a concordância, especialmente em orações compostas. A presença de certos conectores pode exigir uma concordância específica para manter a clareza e a correção gramatical. Além disso, orações reduzidas (de infinitivo, gerúndio ou particípio) podem apresentar desafios de concordância, pois a ausência explícita do sujeito exige uma análise cuidadosa para garantir que a concordância com o termo correto seja estabelecida de forma implícita.
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Exceções Impostas por Regras Específicas da Norma Culta
A norma culta da língua portuguesa impõe regras específicas que podem limitar as possibilidades de concordância. Por exemplo, em expressões partitivas (como "a maioria de", "grande parte de"), a concordância pode ser feita tanto com o partitivo (no singular) quanto com o termo que o acompanha (no plural), mas em certos contextos, a norma culta pode preferir uma das opções em detrimento da outra. Similarmente, a concordância com pronomes relativos (como "que", "quem", "qual") pode apresentar nuances complexas que exigem um conhecimento aprofundado das regras gramaticais para evitar erros de concordância.
A concordância com um substantivo coletivo é obrigatoriamente no singular quando o coletivo não é especificado. Exemplo: "A multidão gritava". Se o coletivo for especificado, a concordância pode ser feita tanto no singular (com o coletivo) quanto no plural (com o especificador): "A multidão de manifestantes gritava" ou "A multidão de manifestantes gritavam". No entanto, a norma culta tende a preferir a concordância no singular nesses casos.
A principal dificuldade reside na determinação da proximidade do verbo em relação aos núcleos do sujeito composto. Quando o sujeito composto precede o verbo, a concordância geralmente é feita no plural. No entanto, se os núcleos do sujeito forem sinônimos ou estiverem em gradação, a concordância no singular pode ser aceitável. A ordem dos termos e a intenção comunicativa também podem influenciar a escolha da concordância.
Pronomes indefinidos como "tudo", "nada", "alguém", "ninguém" geralmente exigem concordância no singular. Já pronomes indefinidos como "muitos", "poucos", "vários" exigem concordância no plural. A presença de modificadores (adjetivos ou locuções adjetivas) após o pronome indefinido também deve ser considerada para garantir a concordância correta.
Sim, existe uma diferença. A concordância gramatical segue as regras formais da língua, enquanto a concordância ideológica leva em consideração a ideia ou o sentido que se quer transmitir. Em alguns casos, a concordância ideológica pode prevalecer sobre a concordância gramatical, especialmente em contextos informais ou em textos literários, para enfatizar uma determinada nuance de significado.
Em orações com a partícula apassivadora "se", o verbo concorda com o sujeito paciente. Se o sujeito paciente estiver no singular, o verbo fica no singular; se o sujeito paciente estiver no plural, o verbo fica no plural. Exemplo: "Aluga-se casa" (casa é o sujeito paciente, no singular) versus "Alugam-se casas" (casas é o sujeito paciente, no plural).
Em títulos de obras literárias ou artísticas, a concordância pode ser flexível e muitas vezes segue critérios estilísticos ou de expressividade. Embora a norma culta geralmente recomende a concordância gramatical, em alguns casos, a concordância ideológica ou a ênfase em um determinado elemento do título podem justificar a flexão ou a não flexão de determinados termos.
A análise da concordância em língua portuguesa revela um sistema dinâmico e complexo, onde a flexibilidade e a expressividade coexistem com a necessidade de adesão às normas gramaticais. A identificação das exceções à regra geral da concordância múltipla, conforme exemplificado na frase "Dadas as proposições, todas aceitam mais de uma concordância, exceto...", requer um conhecimento aprofundado das regras gramaticais, das restrições semânticas e da influência dos conectores e das orações reduzidas. O estudo contínuo da concordância, tanto em sua dimensão teórica quanto em sua aplicação prática, é fundamental para a produção de textos claros, precisos e gramaticalmente corretos, contribuindo para a eficácia da comunicação e para o desenvolvimento da proficiência linguística.